Novos cenários e subjetividades juvenis na América Latina

Novos cenários e subjetividades juvenis na América Latina
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Desafios e oportunidades pastorais

CELAM Centro de Gestão do Conhecimento

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Se é verdade que durante a pandemia houve um choque de virtualidade, também é verdade que já estava ocorrendo um processo acelerado de digitalização da experiência cotidiana, atingindo uma escala global. As consequências para a constituição das subjetividades pós-pandêmicas e para o futuro das instituições pré-pandêmicas ainda são imprevisíveis, mas devem ser vislumbradas e repensadas criticamente para a tomada de decisões no presente.

A metodologia utilizada consiste na análise da bibliografia especializada produzida no campo da antropologia e sociologia juvenil nos últimos anos em alguns países considerados referências no tema (Argentina, Brasil, Chile, Colômbia e México). Por sua vez, para compreender a mudança de época, recorre-se à leitura crítica e apropriação dos estudos culturais e ensaios críticos que surgiram no período pós-pandemia.

Pode-se observar que é uma abordagem mais hermenêutica do que analítica, embora a produção estatística não seja desconhecida, na tentativa de gerar um quadro de compreensão da situação atual que contribua para interpretar a realidade dos novos cenários da cultura, sociedade atual situação e o movimento juvenil nestes cenários inéditos e desafiadores para a práxis pastoral. Este texto parte de uma descrição da era digital no quadro de múltiplas intersecções entre dispositivos técnicos e racionalidades (1)

Em seguida, apresenta-se a constituição das subjetividades na hiperconectividade, mas também na desigualdade e desconexão que origina formas inéditas de experiência que desafiam as instituições.(2)

Nesse quadro, explicitam-se os processos religiosos e o surgimento de espiritualidades, nem sempre vinculadas a religiões institucionalizadas. Para além das percepções estereotipadas e preconceituosas sobre a juventude e suas práticas, convido você a refletir criticamente sobre suas próprias posições e se abrir para a compreensão de outras formas de vivência religiosa, de sociabilidade e de relação com o meio. (3)

Por fim, proponho uma versão dos movimentos teóricos e práticos da juventude neste novo cenário cultural. Acredito que esses deslocamentos poderiam servir para reposicionar-se pessoal, comunitária e institucionalmente a fim de vislumbrar oportunidades pastorais, em vez de tentar afastar ou combater a novidade histórica cerrando fileiras ou entrincheirando-se. (4)

8 Documento de Trabalho “Novas culturas continuam a se formar nestas enormes geografias humanas nas quais o cristão não é mais habitualmente promotor ou gerador de sentido, mas recebe delas outras linguagens, símbolos, mensagens e paradigmas que oferecem novas orientações de vida, frequentemente em contraste com o Evangelho de Jesus. Uma cultura inédita pulsa e se elabora na cidade. O Sínodo constatou que hoje as transformações dessas grandes áreas e a cultura que elas expressam são um lugar privilegiado para a nova evangelização. Isso requer imaginar espaços de oração e comunhão com novas características, mais atrativas e significativas para os habitantes das cidades. Os ambientes rurais, por influência dos meios de comunicação de massa, não estão imunes a essas transformações culturais que acarretam também mudanças significativas em seus modos de vida”. (EG 73) “Coloque-os em movimento, em ação. Hoje a pastoral juvenil de grupos e pura reflexão não funciona mais. A pastoral juvenil não cria raízes. Você deve colocar o jovem em movimento: seja ele um praticante ou não, ele deve ser colocado em movimento. O que eu lhes digo é para que os jovens se mexam, inventem coisas para que se sintam protagonistas e assim, depois, se perguntem: 'O que houve, que mudou meu coração, por que saí feliz?' (...) Se colocarmos o jovem em movimento, o colocamos em uma dinâmica em que o Senhor começa a falar com ele e começa a mover seu coração.

Não seremos nós que vamos comover o coração com os nossos argumentos, no máximo vamos ajudá-lo, com a mente, quando o coração mexer.”1 “(...) como anunciar Jesus Cristo a uma geração em mudança 2 1 Papa Francisco, “Conversas entre o Papa e os jesuítas colombianos”, Cartagena das Índias, 28 de setembro